sexta-feira, novembro 14, 2008

Debate sobre tolerância religiosa.

Segunda feira, dia 17, vou estar na Escola Secundária de Oliveira do Bairro para um debate com o Alfredo Dinis. O tema é «Será que a tolerância religiosa faz sentido?» Penso que ambos estaremos de acordo que faz, mas possivelmente vamos discordar acerca de quem deve tolerar o quê.

Mais informações no blog QUALIA - a filosofia na esob. Obrigado ao Vítor João Oliveira pelo convite.

3 comentários:

  1. Ernst Mayr, citações criacionistas e inferências da evolução


    Nas citações que os criacionistas e o Ludwig fizemos de Ernst Mayr, torna-se claro que este cientista de Harvard remete a evolução para o campo das inferências e não para o campo da ciência operacional que observa os fenómenos físicos.

    Ou seja, a evolução cai no campo da reconstrução histórica.

    Como diz o próprio Ernst Mayr, os métodos e os argumentos são diferentes num caso e noutro.

    A continuação da citação de Ernst Mayr em nada desmenta o facto de que Ernst Mayr afirma reconhecer que a teoria da evolução não pode ser observada e experimentada como a generalidade dos fenómenos físicos.

    Ao remeter a evolução para o domínio das inferências, é evidente que Ernst Mayr reconhece que é impossível demonstrar directamente a evolução.

    Isso mesmo tem sido dito pelos criacionistas. Para Ernst Mayr, a evolução é inferida a partir das observações e depois testada.

    No entender de Ernst Mayr os testes sucessivos têm confirmado a teoria da evolução.

    O Ludwig parece acreditar que o facto de Ernst Mayr acreditar nisso mostra que a citação foi mal feita.

    Mas não foi.

    Mayr acredita, tal como os criacionistas, que a evolução é do domínio das inferências.

    No entanto, Mayr acredita que essas inferências resistiram ao teste dos factos.

    É aqui que os criacionistas discordam de Ernst Mayr.

    Isso não é surpresa nenhuma. Por alguma razão Mayr não era criacionista, pelos menos até se encontrar com o seu Criador.

    Para os criacionistas essa afirmação de Mayr tem pelo menos três problemas básicos, que lhe retiram qualquer autoridade na demonstração da verdade da evolução.

    1) Um primeiro problema prende-se com o facto de que as inferências se baseiam sempre em pressuposições indemonstráveis acerca do passado.

    Essas pressuposições apoiam-se sempre em visões do mundo. Todos os cientistas têm as suas visões do mundo.

    Darwin, Sinpson, Mayr, Gould, Lewontin, Dawkins, etc., têm confessado publicamente o seu compromisso a priori com o naturalismo. Na verdade, nenhum deles pode, por isso, reclamar objectividade e neutralidade no debate das origens.

    Nenhum cientista, seja evolucionista seja criacionista, interpreta os factos de forma totalmente objectiva.

    Quando um evolucionista como Ernst Mayr pensa que está a inferir a evolução a partir dos factos, ele está, em bom rigor, a interpretar os factos partindo do princípio de que a evolução naturalista é verdadeira.

    2) Um segundo problema é que todos os factos com base nos quais os evolucionistas inferem a evolução (v.g. código genético, complexidade da vida, fósseis, homologias, mutações, selecção natural, especiação) fazem parte integrante e são mesmo essenciais à plausibilidade do modelo criacionista.

    Esses mesmos factos sustentam o modelo bíblico da Criação.

    Os factos do criacionismo e do evolucionismo são exactamente os mesmos.

    O criacionismo alimenta-se de factos tanto quanto a evolução.

    Até os tentilhões dos Galápagos, por mostrarem a especiação e a selecção natural em acção, fazem todo o sentido à luz do modelo criacionista. É que eles continuam a ser tentilhões com especialização de informação genética pré-existente.

    Por exemplo, se não existissem triliões de fósseis nos cinco continentes seria absurdo sustentar a ocorrência de um dilúvio global.

    Se não existisse informção codificada no DNA não seria fácil estabelecer uma ligação com um Deus criador autodenominado verbo. Se a vida não fosse complexa e especificada, seria muito difícil inferir design na vida.

    Se não existissem mutações, como se poderia entender a corrupção da natureza de que fala a Bíblia?

    3) Um terceiro problema tem que ver com o facto de que a evolução não tem passado o teste laboratorial nem no registo fóssil.

    Começando por este último, Darwin reconheceu que a maior objecção que podia ser formulada à sua teoria é a falta de evidência de evolução gradual no registo fóssil.

    Ele acreditava que esse problema iria ser resolvido.

    Nas suas palavras, na Origem das Espécies, “a geologia certamente não revela nenhuma mudança orgânica gradativa, e possivelmente essa é a objecção mais séria que pode ser usada contra a teoria”

    No entanto, quase 150 anos depois de Darwin já Stephen Jay Gould, o paleontologista de Harvard, reconhecia que continua a não existir evidência de evolução gradual no registo fóssil, mas apenas de aparição abrupta e permanência das espécies.

    Nas suas palavras “a raridade extrema das formas transicionais no registo fóssil persiste como o segredo profissional da paleontologia.

    As árvores evolutivas que decoram os nossos livros só têm dados nas pontas e nós dos seus galhos; o resto é suposição, por mais razoável que seja, e não evidência fóssil”.

    Recorde-se que nós tinhamos dito isso mesmo quando o Ludwig, neste blogue, avançou com as árvores filogenéticas como demonstração da evolução.

    A origem da casual da vida também foi desmentida logo pela experiência Miller-Urey, que mostrou que por mais que se tente ficcionar atmosféras da Terra antiga, baseadas em amónia e metano, não se consegue gerar a vida.

    É claro que não se consegue.

    A vida é dependente da informação e esta, sendo uma grandeza imaterial, distinta da matéria e da energia, é sempre dependente da inteligência e da vontade de alguém.

    Também a nivel da biologia molecular a teoria da evolução falha.

    As mutações que se conhecem são preponderantemente deletérias.

    Estima-se que por cada mutação benéfica exista um milhão de mutações deletérias.

    Se existissem dez mutações benéficas num genoma, já existiriam entretando 10 milhões de mutações deletérias.

    Do mesmo modo, mais que as Drosofilas sejam sujeitas a radiações, elas são sempre moscas. Quando muito poderão ser moscas extremamente deformadas. Mas nunca surge outra coisa que não uma mosca.

    Mesmo a teoria da recapitulação embrionária, segundo a qual a “ontogénese recapitula a filogénese”, desenvolvida por Ernst Haeckel, revelou-se baseada numa fraude.

    Quando se fotografa os embriões que Hackel desenhou para “provar” a sua teoria, verifica-se que os embriões são muito diferentes e que os desenhos de Haeckel foram forjados para tentar “provar” uma teoria pré-concebida, mas que hoje se sabe que é falsa.

    Apesar disso, um leitor do blogue KTreta ainda usou esta teoria fraudulenta como demonstração da evolução, o que só atesta a importância de se discutir o assunto.

    Acresce que à medida que se conhece o genoma humano, compreende-se melhor como é que as mutações contribuem para doenças graves.

    A acumulação intergeracional de mutações conduz à perda de robustez do genoma. Tudo isso vai em sentido oposto do que teria que suceder para que a evolução fosse verdade.

    Ou seja, as inferências de que fala Ernst Mayr são, essencialmente, extrapolações, interpretações e especulações de base naturalista, sem qualquer fundamento empírico.

    De resto, Ernst Mayr confirmou isso mesmo numa entrevista que deu à revista New Scientist (se não estou em erro) cerca de um ano antes de falecer.

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  2. Jónatas,

    como define objectivamente um aumento de informação?


    Felicíssimo Festivus,

    Rui.

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  3. Perpectiva,

    como define objectivamente um aumento de informação?

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